Missão da Fiern visita Reino Unido e observa a “revolução” produzida pela energia offshore
Missão liderada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) visita no Reino Unido projetos de instalação de parques de energia eólica no mar. Parques que produzem a chamada energia eólica offshore. Por sua capacidade de produção, os parque representam, na visão dos integrantes da comitiva potiguar, a condição necessária para grandes transformações socioeconômicas possibilitando investimentos fortes em ciência, infraestrutura e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da região com o incremento de novos negócios e geração de empregos com maior renda.
A comitiva potiguar visitou o Reino Unido, líder no setor eólico offshore na Europa, no início deste mês buscando novas oportunidades de desenvolvimento para a região. Lideranças de 20 empresas e instituições potiguares compõem o grupo que o acompanha fizeram o roteiro em território britânico pelas cidades de Manchester, Newcastle, Hull e Londres. A programação incluiu visitas a centros de inovação, a instalações eólicas offshore, à infraestrutura portuária da região e participação na conferência “Offshore Wind Connections” – um dos principais e mais conhecidos eventos eólicos offshore do país.
Na quarta-feira (03), a comitiva visitou os portos de Blyth e Tyne. “São experiências que nos mostram como o ecossistema do país está organizado e desenvolve atividades muito aderentes às que realizamos em Natal, no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis”, disse o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação, Rodrigo Mello. Os dois portos, disse ele, são estruturados para dar suporte ao setor energético, voltados ao desenvolvimento da energia eólica offshore. “O porto de Tyne tem como foco o desenvolvimento da produção. É um porto-indústria com mais de 2 mil anos de funcionamento. Já em Blyth a operação é voltada ao suporte tecnológico. Dá apoio ao desenvolvimento e acompanhamento de novas soluções voltadas a esse setor”, detalhou.
O grupo também conheceu instalações onde está em desenvolvimento o Dogger Bank Wind Farm, projeto que, uma vez concluído, será o maior complexo eólico offshore do mundo, com 3,6 GW de capacidade – suficiente para abastecer 6 milhões de casas.
As pequenas empresas e as empresas locais têm prioridade na cadeia produtiva da indústria eólica offshore no país, em geração de negócios que vão além da prestação de serviços convencionais, diz o diretor superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte (Sebrae-RN), Zeca Melo. Há, segundo ele, uma clara preocupação do Reino Unido com “o futuro empreendedor”, na esteira da atividade eólica.
“Todas as visitas que fizemos até agora, a centro tecnológico, conhecendo detalhes do maior projeto eólico offshore do mundo, que está sendo instalado na região Norte da Inglaterra, e outros projetos contemplam, no seu arcabouço, na sua estrutura, na conversa das pessoas que apresentam, um apoio ostensivo ao empreendedorismo, à pequena empresa e ao desenvolvimento local”, ressaltou Zeca Melo.
“O que estamos vendo mostra que essa união que a gente está desenvolvendo no Rio Grande do Norte, com relação a polo de eficiência energética, com relação a hubs, com relação à aceleradora de negócios, é o que o mundo está fazendo. Eu não imaginava que fosse ver tanta oportunidade para o pequeno negócio como estou vendo agora”, acrescentou.
Foco no Desenvolvimento
Roberto Zitelmann de Oliva Júnior, da Intermarítima Portos e Logística S/A – que administra o Porto-Ilha de Areia Branca, no RN – também participa da missão e frisa que o roteiro tem mostrado o que a energia eólica offshore pode fazer regionalmente em termos de desenvolvimento, de geração de empregos e tecnologia. “Eu acho que é uma grande inspiração para o que a gente pode fazer no Rio Grande do Norte com a instalação dos parques eólicos. É uma visão do que será possível no estado nos próximos cinco, 10 anos”.
O presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN) e industrial do setor de logística portuária e marítima no estado, Gabriel Calzavara, destacou que há uma clareza cada vez maior de que “a eólica offshore é a quarta revolução industrial”. “E esta revolução vai trazer emprego de melhor qualidade, renda, tecnologia e está focada nos empreendimentos locais, não só para que se envolvam na atividade, mas também para que melhorem, avancem, se nivelem para a demanda que virá com o setor offshore. É essa a relação que estamos vendo no Reino Unido e que precisamos levar para o Rio Grande do Norte”.
Empresas potiguares que atuam em segmentos como construção civil, montagem de torres eólicas, engenharia, telecomunicações, consultoria em meio ambiente, alimentos e bebidas, portos, logística, transporte e apoio marítimo, também participaram da comitiva.
Com informações da FIERN.